Eterna Declaração de Guerra! A segunda temporada de House of the Dragon

A 2ª temporada de House of the Dragon chegou ao fim neste domingo (4). Sem acontecimentos marcantes, o último episódio é morno, mas crava a urgência de Ryan Condal em “organizar a casa” para escapar das próprias incoerências em 2026.

A segunda temporada de A Casa do Dragão pode ser descrita como decepcionante. A série apresenta uma série de falhas no roteiro que dão a impressão de que os episódios foram criados sem qualquer coordenação entre os responsáveis. Parece que a abordagem foi a típica estratégia de trabalho em equipe do tipo “cada um faz a sua parte e depois juntamos tudo”.

Não mexe em time que está ganhando

O spin-off de Game of Thrones revelou dificuldades na gestão de seus personagens. Surpreendentemente, Alicent (Olivia Cooke), Rhaenyra (Emma D’Arcy) e Daemon (Matt Smith) se tornaram maçantes na maior parte do tempo. O roteiro simplificou suas complexidades, transformando-os em figuras totalmente boas ou más, algo que não correspondia às suas naturezas originalmente complexas.

Todas as expectativas em torno de Daemon foram diminuídas à medida que seu arco de alucinações se arrastou mais do que o necessário, enquanto seu papel como líder não recebeu a devida atenção. Matt Smith chegou a alertar sobre as mudanças abruptas no príncipe rebelde.

Quanto a Alicent, sem ambição, boa posição e articulação, resta apenas um ciclo interminável de diálogos sobre “servir a Casa Targaryen com devoção nos últimos anos” ou falas repletas de “dever” e “sacrifício”. Sem uma motivação clara, a produção parece perdida em como lidar com as alterações feitas. Infelizmente, uma das figuras mais significativas do livro acabou se tornando uma das mais decepcionantes.

Rhaenyra, ao tentar ser excessivamente racional, transformou-se em uma líder frustrante, presa ao legado pacífico de seu pai e incapaz de traçar seu próprio caminho. Ela perdeu dois filhos e o trono, e pessoas estão morrendo por seu direito de governar, enquanto ela ignora as opiniões dos aliados e a sua melhor ideia é ir a Porto Real para conversar com Alicent. A Rainha quer encerrar a guerra, mas hesita mesmo tendo a vantagem de seis dragões.

Um dos grandes erros da série é a insistência em romantizar a relação entre Alicent e Rhaenyra. Os criadores deveriam ter sido mais ousados em explorar a rivalidade entre as duas, uma dinâmica que realmente pede esse confronto. Um dos momentos mais problemáticos do oitavo episódio é a tentativa de reconciliação entre as ex-amigas, enquanto Aemond (Ewan Mitchell) está no meio da guerra “iniciada” pela mãe e Aegon (Tom Glynn-Carney) sofre em uma cama.

A série parece temer apresentar mulheres ambiciosas, traiçoeiras e destemidas ao público, mesmo quando este acompanhou de perto a ganância de Cersei Lannister (Lena Headey) por anos.

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